terça-feira, 4 de dezembro de 2012



 

 
Princesas Esquecidas ou Desconhecidas
 
,
 
Um belo livro, que nos fala de princesas desconhecidas, princesas esquecidas.
Neste livro de encantar há histórias, anedotas, segredos e retratos, há coisas que fazem rir, outras que assustam e algumas que fazem sonhar.
Há também cofres, sombrinhas e beijos.
Há jardins, um príncipe e borboletas negras. Um planisfério e mistérios.
Há amor. Como sempre. Mas não há só isso.
Tens de o ler para saber tudo o resto... que não é pouco!...

Diário Secreto do Pequeno Polegar
Philippe Lechermeier, Rébecca Dautremer

"Chamo-me Pequeno Polegar. Gosto de escrever e desenhar sobre as coisas que me acontecem. Esta é a minha história. Nunca a esquecerão".
A história do Pequeno Polegar magnificamente revisitada sob a forma de um diário secreto.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012





Jesus

Comiam todos o caldo, recolhidos e calados, quando o menino disse:
- Sei um ninho!
A Mãe levantou para ele os olhos negros, a interrogar. O Pai, esse, perdido no alheamento costumado, nem ouviu. Mas o pequeno, ou para responder à Mãe, ou para acordar o Pai, repetiu:
- Sei um ninho!
O velho ergueu finalmente as pálpebras pesadas, e ficou atento, também.
A criança, então, um tudo-nada excitada, contou. Contou que à tarde, na altura em que regressava a casa com a ovelha, vira sair um pintassilgo de dentro dum grande cedro. E tanto olhara, tanto afiara os olhos para a espessura da rama, que descobrira o manhuço negro, lá no alto, numa galha.
A Mãe bebia as palavras do filho, a beijá-lo todo com a luz da alma. O Pai regressou ao caldo.
Mas o menino continuou. Disse que então prendera a cordeira a uma giesta e trepara pela árvore acima.
De novo o Pai levantou as pálpebras cansadas, e ficou tal e qual a Mãe, inquieto, com a respiração suspensa, a ouvir.
E o pequeno ia subindo. O cedro era enorme, muito grosso e muito alto. E o corpito, colado a ele, trepava devagar, metade de cada vez. Firmava primeiro os braços; e só então as pernas avançavam até onde podiam. Aí paravam, fincadas na casca rija.

A subida levou tempo. Foi até preciso descansar três vezes pelo caminho, nos tocos duros dos ramos. Por fim, o resto teve de ser a pulso, porque eram já só vergônteas as pernadas da ponta.
Transidos, nem o Pai nem a Mãe diziam nada. Deixavam, apavorados, mudos, que o pequeno chegasse ao cimo, à crista, e pusesse os olhos inocentes no ovo pintado. O ninho tinha só um ovo.

Aqui, o menino fez parar o coração dos pais. Inteiramente esquecido da altura a que estava, procedera como se viver ali, perto do céu, fosse viver na terra, sem precisão dos braços cautelosos agarrados a nada.
Ambos viram num relance o pequeno rolar, cair do alto, da ponta do cedro, no chão duro e mortal de Nazaré.
Mas a criança, apesar de mostrar, sem querer, que de todo se alheara do abismo sobre que pairava, não caiu. Acontecera outra coisa. Depois de pegar no ovo, de contente, dera-lhe um beijo. E, ao simples calor da sua boca, a casca estalara ao meio e nascera lá de dentro um pintassilgo depenadinho.
E o menino contava esta maravilha com a sua inocência costumada, como quando repetia a história de José do Egipto, que ouvira ler a um vizinho.

Por fim, pôs amorosamente o passarinho entre a penugem da cama, e desceu. E agora, um nada comprometido, mas cheio da sua felicidade, sabia um ninho.

A ceia acabou num silêncio carregado. Só depois, à volta do lume quente do cepo de oliveira em brasido, é que os pais disseram um ao outro algumas palavras enigmáticas, que o pequeno não entendeu. Mas para quê entender palavras assim? Queria era guardar dentro de si a imagem daquele passarinho depenado e pequenino. Isso, e ao mesmo tempo olhar cheio de deslumbramento os dedos da Mãe, que, alvos de neve, fiavam linho.

E tanto se encheu da imagem do pintassilgo, tanto olhou a roca, o fuso, e aqueles dedos destros e maravilhosos, que daí a pouco deixou cair a cabeça tonta de sono no regaço virgem da Mãe.
Miguel Torga, Bichos
 
 


sexta-feira, 28 de setembro de 2012



Uma boa seleção de contos e lendas de Portugal e de outras regiões do Mundo: de Angola, Moçambique, Timor, Espanha, França, Alemanha, do povo cigano e do mundo árabe.
Estas histórias, de muito fácil leitura, levam-nos ao mundo da fantasia, mas também a uma possível explicação de muitos factos da história de várias regiões do mundo.
 
Um mundo de encantar, que ajuda a ensinar!

Seleção, adaptação e reconto de João Pedro Mésseder e Isabel Ramalhete
Ilustrações de Fátima Afonso

quinta-feira, 31 de maio de 2012

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Se ele estivesse acordado


Se ele estivesse acordado


Uma história para a infância


O pintainho Besnico só conhecia a rede cinzenta da capoeira, onde tinha nascido. Por isso, quando, uma vez, se escapuliu por um buraco da rede e deu os primeiros passos à luz do Sol, foi um espanto. 

A mãe galinha bem o tinha avisado: Nunca saias sem mim. Lá fora há muitos perigos que tu não conheces. Nunca saias sem mim!" 

Mas ele saiu. Desobedeceu, o maroto! A verdade é que, pouco tempo depois, estava de volta, muito afogueado, muito exaltado com tudo o que tinha visto. 

A mãe, primeiro, zangou-se, mas, depois, em voz mais macia, quis saber porque vinha tão nervoso da corrida pela eira da quinta. 
- Ai, a mãezinha tinha razão - respondeu-lhe o pintainho Besnico. - Há muitos perigos lá fora, muitos bichos esquisitos, grandes, que metem medo. Vi um muito grande, às malhas pretas e brancas, com dois paus na cabeça e um rabo sempre a dar a dar. Que susto! 
- É a vaca! - explicou a mãe. - Daí não vem mal nenhum. As vacas não fazem mal aos pintos. 
- E um, cinzento, de grandes orelhas, que batia as patas no chão com toda a força e mostrava os dentes amarelos, enquanto comia a erva do pátio, esse deve ser dos piores, não é? 
- O burro? - riu-se a mãe. - Desse lado também não há que temer. Os burros não ligam aos pintos. 
- E eu que pensava que eram perigosos! - suspirou, aliviado, o pintainho Besnico. - Mas também vi um muito simpático. Estava a dormir ao sol. Tinha uns enormes bigodes, focinho miúdo, orelhas pequenas e o corpo muito fofo, de pêlo amarelo às riscas, muito bonito. Estive quase tentado a dar-lhe uma bicada, de brincadeira... 
- Nunca! - gritou-lhe a mãe, toda arrepiada. - Esse bicho chama-se gato e, se estivesse acordado, não sei o que seria de ti... 
A mãe galinha apertou contra ela aquele filhinho inocente, que ainda tinha tanto para aprender na vida, enquanto repetia vezes sem conta: Ai, se ele estivesse acordado o que seria de ti... Ai, se ele estivesse acordado..."

Era uma vez um País...de Viriato à Padeira de Aljubarrota - DVD-VÍDEO






Este DVD vídeo visa despertar o interesse dos mais novos para a História de Portugal.Com Era uma vez um país... as crianças vão poder ver e ouvir, com muito humor, cinco episódios animados em 3D, sobre acontecimentos importantes da nossa história: Viriato, o herói lusitano, D. Afonso Henriques, o Conquistador, o milagre das rosas, os amores de Pedro e Inês e a Batalha de Aljubarrota.Este DVD tem ainda uma área de Karaoke - onde aprendem e cantam as músicas de todas as histórias e personagens - e os Videoclips - onde podem ouvir e assistir aos clips das músicas associadas a cada um dos episódios. Aprender História de Portugal vai ser muito mais fácil e divertido!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Pablo Neruda - poema 18





-Poema 18- 

Aquí te amo. 
En los oscuros pinos se desenreda el viento. 
Fosforece la luna sobre las aguas errantes. 
Andan días iguales persiguiéndose. 

Se desciñe la niebla en danzantes figuras. 
Una gaviota de plata se descuelga del ocaso. 
A veces una vela. Altas, altas estrellas. 

O la cruz negra de un barco. 
Solo. 
A veces amanezco, y hasta mi alma está húmeda. 
Suena, resuena el mar lejano. 
Este es un puerto. 
Aquí te amo. 

Aquí te amo y en vano te oculta el horizonte. 
Te estoy amando aún entre estas frías cosas. 
A veces van mis besos en esos barcos graves, 
que corren por el mar hacia donde no llegan. 

Ya me veo olvidado como estas viejas anclas. 
Son más tristes los muelles cuando atraca la tarde. 
Se fatiga mi vida inútilmente hambrienta. 
Amo lo que no tengo. Estás tú tan distante. 

Mi hastío forcejea con los lentos crepúsculos. 
Pero la noche llega y comienza a cantarme. 
La luna hace girar su rodaje de sueño. 

Me miran con tus ojos las estrellas más grandes. 
Y como yo te amo, los pinos en el viento, quieren cantar tu nombre con sus hojas de alambre.

Alberto Caeiro - "Quando vier a Primavera"

Alberto CaeiroA realidade não precisa de mim...

Na hora de pôr a mesa


José Luís Peixoto - Na hora de pôr a mesa
A saudade dos que vão... e permanecem connosco!...

terça-feira, 22 de maio de 2012


O Marsupilami engole um rádio que confundiu com um caramelo. Devido a uma particularidade anatómica do Marsupilami, o aparelho aloja-se no nariz, funcionando permanentemente com o volume no máximo. Esta situação acaba por provocar uma perturbação nas comunicações entre um rádio amador, Switch e o rei de Bretzelburgo (rei de um país fictício) que é prisioneiro do general Schmetterling. Fantásio é raptado em vez de Switch e é levado para a prisão Snapfurmich aonde o Dr Kilikil, uma personagem genial, o vai torturar. Spirou, Switch, Spip e o Marsupilami vão para Bretzelburgo numa tentativa de os salvar.

quinta-feira, 17 de maio de 2012






Este livro é o diário de uma adolescente, uma jovem igual a tantas outras jovens de quinze anos, com os mesmos problemas,  dúvidas, receios, ilusões  apresentados por todas as raparigas da mesma idade. 

Sofia (nome que ela inventa) recebeu um diário quando completou quinze anos. Como não gostou do presente, pensou em atirá-lo para o caixote do lixo. No entanto, num dia em que não lhe apetecia estudar, resolve começar a escrever neste livro em branco. Nele, fala-nos dos colegas que se drogam, da experiência difícil por que passa uma amiga cujos pais se divorciaram  e de muito mais que a sua idade lhe revela e faz sentir de um modo muito particular.


Lê o mundo de Sofia & C.ª - a sua família, colegas e amigos - e poderás descobrir que tens muito em comum com ela!

 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Persépolis



A história de uma infância e a história de um regresso

Esta é a história, em formato gráfico, na primeira pessoa, de uma rapariga, Marjane Satrapi, que cresce no Irão durante a Revolução Islâmica. A irreverente Marjane, uma menina de dez anos, filha de um casal da classe alta e de convicções marxistas, desenha um retrato do dia-a-dia do Irão, as desconcertantes contradições entre a vida familiar liberal e a repressiva vida pública.
A autora assite à deposição do Xá, ao surgir da nova República Islâmica e dos "Guardiões da Revolução", que controlam como as pessoas devem agir e pensar, ao "desaparecimento" de pessoas, à imposição do uso do véu, aos bombardeamentos iraquianos, às proibições de tudo que lembre o capitalismo, como por exemplo aprender línguas na escola...
A família de Marjane tenta, apesar de tudo, levar uma vida normal...
Esta autobiografia muito pessoal e profundamente política  é ao mesmo tempo uma mensagem sobre a liberdade e tolerância.
Um excelente romance gráfico!

terça-feira, 20 de março de 2012

A aventura dos Descobrimentos

O Instituto Camões disponibiliza em formato digital uma coleção original do jornal Expresso. Esta iniciativa permite aos mais novos aprender de forma lúdica a História de Portugal, lendo e ouvindo a história de cada façanha dos Descobrimentos.
Para teres acesso a esta coleção única e muito divertida podes carregar no seguinte link:

segunda-feira, 19 de março de 2012

 O 54.º livro da principal coleção portuguesa de literatura infanto-juvenil não perdeu a arte de prender os jovens leitores. 

 A ação relata o que aconteceu após as personagens adormecerem no comboio, quando vão a caminho de um acampamento e chegam ao  "sítio errado". Uma quinta, onde acontecem "coisas estranhas", acaba por ser o destino da viagem. 
Neste livro não falta gente fora do comum, magia, personagens que perdem a memória, ruídos na noite, enigmas para desvendar, conjugando-se toda a intriga para um final inesperado.

Um excelente livro excelente para passar uns bons momentos!




Para os mais interessados eis o endereço de um blog de fãs da série "Uma aventura", transmitida na SIC, com informações sobre a série e sobre os atores:
 




O vídeo de apresentação do livro:

quinta-feira, 15 de março de 2012

Dois poemas de António Ramos Rosa

Ramos Rosa
Poemas
1. Quem escreve
2. Escrevo-te com o fogo e a água

Quem consegue declamar melhor?

quarta-feira, 7 de março de 2012

Dia de natal









É sempre bom ouvir António Gedeão!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

 
 

Este livro fala-nos da história de Zeca, um homem já de certa idade, apaixonado por Luarmina, "gorda e engordurada".
Nesta história, passada em Moçambique, Zeca prometeu ao pai que iria todos os dias ao mar cuidar da sua amada supostamente morta.  Descobre que esta não morreu e vive com ela uma paixão não correspondida.

Mia Couto oferece-nos uma narrativa única, singular, na qual as personagens são desenhadas com grande poesia e que nos prende pela beleza única da sua linguagem.
Um livro de fácil e rápida leitura, a não perder mesmo!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

terça-feira, 17 de janeiro de 2012




Anne era uma rapariguinha de uma família judaica que se refugiou na Holanda para escapar às perseguições nazis. Invadido este país, a família esconde-se com outras pessoas num "anexo" de uma casa, onde, protegida por gente corajosa e dedicada, consegue viver largo tempo sempre no terror de ser descoberta. Acabou por sê-lo. E o diário de Anne foi encontrado por acaso num monte de papéis velhos. Anne veio a morrer no campo de concentração de Bergen-Belsen. Mas o diário que essa rapariguita escreveu é, na sua perspicácia e na sua desenvoltura adolescente, um documento, um autêntico documento humano - e, só pelo facto de existir, um protesto contra as injustiças do mundo em que vivemos.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O Urso e as Abelhas

Urso e Abelhas 

U
m Urso procurava por entre as árvores, pequenos frutos silvestres para a sua refeição matinal, quando deu de cara com uma árvore caída, dentro da qual, um enxame de abelhas guardava o seu precioso favo de mel.

O Urso, com bastante cuidado, começou a farejar em volta do tronco, tentando descobrir se as abelhas estavam em casa.

Nesse exato momento, uma das abelhas estava voltando do campo, onde tinha ido recolher néctar das flores, para levar à colméia, e deu de cara com o matreiro e curioso visitante.

Receosa do que pretendia o Urso fazer em seguida, ela voou até ele, deu-lhe uma ferroada e desapareceu no oco da árvore caída.
 O Urso, tomado de dor pela ferroada, ficou furioso e, incontrolável, pulou em cima do tronco com unhas e dentes, disposto a destruir o ninho das abelhas. Mas isso apenas o fez provocar uma reação de toda colmeia.

Assim, ao pobre Urso só restou fugir o mais depressa que pôde em direção a um pequeno lago, onde, depois de nele mergulhar e permanecer imerso, finalmente se pôs à salvo.

Moral da História:É mais sábio suportar uma simples provocação em silêncio, que despertar a fúria incontrolável de um inimigo mais poderoso. 

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar

Esta é a história de Zorbas, uma gato grande, preto e gordo. Um dia, uma gaivota, apanhada por uma maré negra de petróleo, cai na sua varanda. Antes de morrer, deixa ao seu cuidado o ovo que acabara de pôr.

Zorbas, um gato de palavra, prometeu e irá cumprir as duas promessas que lhe fez: irá criar a pequena gaivota, e ensiná-la-á a voar, com a ajuda dos seus amigos Secretário, Sabetudo, Barlavento e Colonello...

Nesta fábula, Luís Sepúlveda oferece-nos uma mensagem de esperança de grande valor literário e poético.

O sorriso - Eugénio de Andrade



Creio que foi o sorriso, 

sorriso foi quem abriu a porta. 
Era um sorriso com muita luz 
lá dentro, apetecia 
entrar nele, tirar a roupa, ficar 
nu dentro daquele sorriso. 
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012


Etc.- publicação da escola secundária tomás cabreira

É já tão raro ler uma publicação escolar que nos surpreenda pela qualidade colocada na escolha dos temas e pela abordagem feita a estes, que considero estarmos perante uma agradável surpresa.
Com um grafismo muito apelativo e cativante, o leitor é seduzido a descobrir a revista, desejo renovado a cada página pelas ilustrações que prendem, facilmente descodificadas por  legendas curtas e simples e informativas.
Tratando-se de uma publicação dedicada às artes plásticas e ao design, com os alunos e professores como público-alvo, destaco o cuidado pela utilização de uma linguagem muito acessível e a escolha de temáticas bem atuais, aliciantes para alunos e professores, tratadas de um modo claro, informativo e esclarecedor.
Destaco, por fim, o tom irreverente e bem humorado, patente na redação dos textos, na escolha e desenho das ilustrações, emprestando um ar jovial e descontraído a uma revista nada kitsch nem ligeira.
A continuar, será sem dúvida uma revista de culto!
Etc. não é só o seu nome, é, tal como quer dizer a abreviatura latina “e o resto”, “e outras coisas mais”, que ficam por dizer desta publicação a coleccionar.
João Paulo Matos

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012


Marcelo   vivia   fazendo  perguntas   a todo mundo:
- Papai, por que é que a chuva cai?
- Mamãe, por que é que  o mar  não derrama?
- Vovó, por que é que o cachorro tem quatro pernas?
As  pessoas  grandes  às  vezes respondiam.
Às vezes, não sabiam como responder.
- Ah, Marcelo, sei lá...


Título: Marcelo, marmelo, martelo e outras histórias
Autora: Ruth Rocha
Ano de lançamento: 1976
Número de páginas: 60
Editora: Salamandra

Este é na verdade um dos livros que remete para a minha infância e permanece na minha estante de casa e no baú das boas recordações.

Ele reúne três histórias: a primeira é sobre Marcelo, um rapazinho que começa a questionar o porquê das coisas terem os nomes que têm - e passa a chamá-las como acha mais lógico. Penso que a "moral da história" é sobre a importância de questionar as coisas e ser compreendido.

A segunda história é sobre Terezinha e Gabriela, duas meninas bem diferentes e como elas se tornam amigas (agora que sou mais velha, reparei também que essa historinha tem um pouco dos padrões que a sociedade espera que as raparigas sigam - sempre arrumadinhas, quietinhas - representada na figura de Terezinha). Nesse caso, a "lição" passada para as crianças é a de que pessoas diferentes também podem ser amigas.

Na terceira e última história, somos apresentados a Carlos Alberto, o Caloca, que é o único menino da rua que tem uma bola de futebol de verdade, mas que não gosta de dividi-la com os outros. Subtilmente temos aí uma parábola sobre o poder, e no final, os pequenos leitores aprendem que saber doar e dividir é importante.

É uma leitura muito leve e rápida, com um clima de nostalgia.